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Preconceito das Manifestações Espíritas


Como já foi visto no artigo "Kardec Fala com Preto Velho", Allan Kardec ensina com todas as letras a abrirmos nossos braços para acolhermos e ajudarmos em nossas reuniões mediúnicas, a todos os espíritos que nos procurarem, independentes da sua evolução, cor, linguajar, origem, sexo e até independente das suas boas ou más intenções. Não agindo assim, não passaremos de pessoas tristemente... Preconceituosas!

O primeiro passo para lutar contra os preconceitos é reconhecer a sua existência. Não é tão fácil, mas se concordamos que todos os homens são irmãos, independente do momento e situação que cada um vive e que é preciso superar os preconceitos, nós iremos perceber que existem irmãos excluídos, à nossa volta, inclusive na Casa Espírita que freqüentamos, que estão gritando em silêncio por socorro, e nós permanecemos surdos em função dos nossos preconceitos. Assim, está em nossas mãos a oportunidade de começarmos a lutar, para que não existam mais pessoas excluídas ao nosso lado. Pelo menos, na nossa Casa Espírita!

“... As manifestações espíritas de negros e índios são comuns, não raro intervindo nos processos de cura. Isso causa espécie a pessoas ainda impregnadas de antigos preconceitos. “Como podem esses espíritos primários ainda apegados à era do barro – dizia-nos famoso jornalista – manifestarem-se como orientadores e terapeutas num meio de civilização superior?” Acontece que a população espiritual da Terra é semelhante à sua população encarnada. Não existem discriminações injustas no tocante às possibilidades de intercâmbio espiritual. O que vale no espírito não é a sua qualificação social, mas a sua condição moral. O processo da reencarnação elimina os motivos dos preconceitos terrenos. Um negro velho, que se manifesta como tal, poderia também manifestar-se apenas como espírito, ou até mesmo como espírito de uma encarnação de amarelo ou de branco por que já passara. Na Inglaterra super-civilizada do século passado o famoso escritor, médico e historiador Arthur Conan Doyle gostava de conversar mediunicamente com espíritos de negros e índios. A entidade hoje considerada, pelos espíritas ingleses, como orientadora do movimento espírita britânico é precisamente Silver Birch, um índio. Sua prudência e sabedoria tornaram-se proverbiais. No Brasil as manifestações de negros e índios são altamente consideradas no meio culto. Um episódio curioso deve ser lembrado como altamente significativo. O cirurgião-dentista católico, Dr. Urbano de Assis Xavier, começou a sofrer inesperadamente de ocorrências mediúnicas, que atribuiu a manifestações epileptóides. Um espírito de negro velho, que dava o nome de Pai Jacó, aconselhou-o a procurar em Matão (SP) o farmacêutico Cairbar Schutel, de origem alemã, diretor de um jornal e uma revista espíritas. Schutel resolveu submetê-lo a uma experiência mediúnica, mas disse: “Não me agrada a presença desse preto velho”. Realizada a experiência, Schutel disse a Urbano: “Nunca gostei dessas manifestações de negros e índios, mas o seu Pai Jacó encheu-me as medidas, revelando um conhecimento doutrinário que me assombrou.” Mais tarde Pai Jacó explicou a Schutel que ele havia sido um médico holandês em encarnação anterior, mas na última viera como negro. E como nela aprendera e desenvolvera a virtude da humildade, preferia manifestar-se como preto velho...” (1)

(1) Trecho retirado do livro Ciência espírita


As Diferenças entre Religião e Espiritualidade


As Diferenças entre Religião e Espiritualidade
A religião não é apenas uma, são centenas.
A espiritualidade é apenas uma.
A religião é para aqueles que necessitam que alguém lhes diga o
que fazer; querem ser guiados.
A espiritualidade é para os que prestam atenção a sua voz interior.
A religião tem um conjunto de regras dogmáticas.
A espiritualidade te convida a raciocinar sobre tudo, a questionar tudo.
A religião ameaça e amedronta.
A espiritualidade lhe dá paz interior.
A religião fala de pecado e de culpa.
A espiritualidade lhe diz " aprende com o erro"
A religião reprime tudo.
A espiritualidade transcende tudo, te faz verdadeiro!
A religião não é Deus.
A espiritualidade é Tudo e portanto é Deus.
A religião inventa.
A espiritualidade descobre.
A religião não indaga e nem questiona.
A espiritualidade questiona tudo.
A religião é humana, é uma organização com regras.
A espiritualidade é divina, sem regras.
A religião é causa divisões.
A espiritualidade é causa de união.
A religião segue os preceitos de um livro sagrado.
A espiritualidade busca o sagrado em todos os livros.
A religião se alimenta do medo.
A espiritualidade se alimenta na confiança e na fé.
A religião nos faz renunciar ao mundo.
A espiritualidade nos faz viver em Deus.
A religião é adoração. A espiritualidade é meditação.
A religião sonha com a glória e com o paraíso.
A espiritualidade nos faz viver a glória e o paraíso aqui e agora.
A religião enclausura nossa memória.
A espiritualidade liberta nossa consciência.
A religião crê na vida eterna.
A espiritualidade nos faz consciente da vida eterna.
A religião promete para depois da morte.
A espiritualidade é encontrar Deus em nosso interior durante a vida.




IMAGENS ESPIRITUAIS-CREATIONS Pode-se sonhar, acordar,












Não é muito longe da cidade
É do tamanho de um coração tranquilo
É nossas raízes

Eles sempre foram muito
Onde podemos ver o mar sem fim
E o futuro
E o futuro

Sempre querendo esconder suas falhas
Ter o desejo de que alguém vai
Com medo de voltar
Ter medo de se tornar

Podemos amar, odiar uns aos outros,
Ele só lembra o que fazemos
Pode-se sonhar, acordar,
É semelhante ao que é

Onde você estiver comigo
E onde quer que vá, haverá três
E nos falta

Todos os sóis de Agosto
A falta do que faz o que é
A ausência de qualquer
A falta de nós

Sempre querendo esconder suas falhas
Ter o desejo de que alguém vai
Com medo de voltar
Ter medo de se tornar

Podemos amar, odiar uns aos outros
Ele só lembra o que fazemos
Pode-se sonhar, acordar
É semelhante ao que é

Podemos amar, odiar uns aos outros
Ele só lembra o que fazemos

Foi bom ter comboios
Este s'ra sempre para finalmente
Toque os picos
Tome a raiz





“Eu não preciso de nada. Eu só quero ser feliz e ficar em paz. 

Eu não preciso dar ensinamentos aos outros mas preciso ser tal exemplo 

que as pessoas fiquem inspiradas com a forma como eu actuo. 

Minha atitude criará uma vibração que alcançará alguém. 

Com minha mente posso criar tais vibrações no ambiente que a 

pessoa que estiver insegura sentirá que não há nada a temer.”




Fonte: Cigana Esmeralda



MÉDIUNS, ESPÍRITOS E ENTIDADES



Médium é aquele que tem a sensibilidade de sentir e intermediar o mundo espiritual. Vamos estudar mais aqueles que são usadas tradicionalmente, que são os de corporação e intuição. Existem vários tipos de mediunidade, como o de incorporação, de intuição, vidência ocular e intuitiva, psicógrafo, de efeitos físicos e mais uma porção de divisões. Como temos por objetivo a Umbanda, Por não sentir nenhuma vibração muita gente acha que não tem mediunidade. Acontece que muitas vezes a mediunidade ainda não foi mexida e ela fica adormecida até que uma energia qualquer, somada com a vontade e dedicação do médium, despertem essa sensibilidade. Existem pequenos sinais que são típicos de quem é médium. 
O primeiro deles é o medo. A pessoa tem medo porque acredita no mundo dos fantasmas, o mundo paralelo. Se ela crê nisso, é porque pressente a existência deles, não deixando de ser um sinal de fé. Aquele que não tem nenhuma sensibilidade, nada sente e nada percebe, é o que não tem medo. Arrepios, palpites e adivinhações, telepatia e outros dons semelhantes, são sem dúvida outra indicação da mediunidade. 

A fé e a vontade de conhecer o sobrenatural é um típico indicio da mediunidade. Conheci vários médiuns que faziam parte da corrente e não sentiam a mínima vibração, e após alguns anos tornaram-se excelentes médiuns de incorporação e consulta. O interessante que o médium necessita de uma religião, seja ela qual for. Tem pessoas que por comodismo dizem que acreditam em Deus e isso lhes basta. 
No fundo são médiuns, pessoas medrosas, que não têm a coragem de negar a existência do Criador, não por cultura religiosa, mas por inequívoca demonstração de recusarem um vinculo com as obrigações de um compromisso religioso. Os que mais sentem a manifestação dos espíritos junto de si, são os que, mais uma vez pelo medo, correm em busca das religiões para negarem a incomoda presença de um espírito junto de si. Existem manifestações dos espíritos em médiuns latentes tão impressionantes que se a família tiver preconceito com o espiritismo, acaba levando-os aos médicos e até a internação em hospitais psiquiátricos. Conheci dois irmãos, com 16 anos e com 14, que eram dominados por espíritos tão animalizados que derrubavam os meninos e os deixavam no chão como se fossem animais, e entravam em violenta briga através de mordidas e arranhões, mas nunca com gestos humanos. Sua mãe, uma simplória senhora, guardou um pé de arruda ao seu alcance para que quando isso acontecesse, fizesse uma benção mágica que tinham lhe ensinado. Feito isso, os dois irmãos avançaram sobre ela, com as mesmas características de animais ferozes, arrancaram de sua mão o pé de arruda e o pastaram – se assim pode ser explicado, o que fez com que ambos, pela toxidade da planta, tivessem que ter no dia seguinte de assistência médica para curar a dor de barriga. 

Esses irmãos após cuidadoso desenvolvimento mediúnico em nosso grupo, foram excepcionais médiuns, tanto que a moça incorporada deixava mensagens maravilhosas, toda ela em forma de poesia. Fiz essa pequena introdução, para chegarmos, por partes, até o método das incorporações. Vamos iniciar com os médiuns novos, ávidos da espiritualidade conhecida através dos trabalhos de um grupo. Prefiro exemplificar o médium comum, aquele que não tem nada lhe incomodando ou prejudicando que o faça procurar cura no espiritismo. É o médium que gostou e se empolgou com a religião e algo lhe puxa para dentro da corrente, alguma coisa dentro do seu coração que lhe induz a acreditar nos espíritos. O médium entra tímido, sente-se deslocado e algumas vezes até envergonhado, achando que todas as pessoas do terreiro a estão observando. Começa assim até ficar mais solto e à vontade, quando sente a vibração do terreiro e das linhas espirituais que estão trabalhando. 

Como sente arrepios, tonturas e até mesmo um certo descontrole, incorpora e sai andando no terreiro sem saber o que fazer. Aqui quero explicar às pessoas que os dirigentes, de qualquer terreiro, estão observando e cuidando para que o médium não caia, não se machuque e muito menos se exceda na incorporação. É o que chamamos incorporação na vibração, ou seja, o espírito está ao seu lado mas ainda não incorporou como devia. Chama-se o médium de umbanda de ·cavalo·, acho que para podemos explicar bem como as coisas acontecem e para frente vamos explorar bastante essas comparações. Um cavalo ainda não domado é separado para a doma. O domador, antes de monta-lo, com bastante paciência, ensina-o a usar o cabresto, o freio e com muita cautela põe sobre seu lombo a sela, para que ele sinta um leve peso, já o acostumando para finalmente ser montado. É o que acontece com o médium que incorpora na vibração. 

Vale dizer que o treinamento do cavalo é longo, levando, às vezes, meses para que o domador possa monta-lo. Com os médiuns é a mesma coisa: demora, por isso tenham paciência, mas de repente, em qualquer momento, o espírito incorpora em sua totalidade, e da mesma forma que o cavalo vai sentir um peso mais forte, o médium vai sentir a presença do seu com certeza maravilhoso orixá, e faz com o médium passe a outra fase de seu desenvolvimento. 

O médium na Umbanda é chamado de cavalo porque o espírito toma seu mental e também o corpo, diferente do kardecismo que o espírito toma só o mental do médium.



EUTANÁSIA NA VISÃO ESPÍRITA

A Eutanásia na visão espírita

Eutanásia. Do grego ‘eu’ (bom) e ‘tanathos’ (morte). Seria, analisando etimologicamente, a suposta “boa morte”. Cientificamente, uma morte com menores sofrimentos.
A eutanásia é tratada por alguns enfermos como “um meio de se obter uma morte digna”. Não podemos julgar essas pessoas devido aos seus problemas e suas condições de saúde.
Mas podemos analisar a palavra digno. Digno é, entre outros significados, alguém ou algo merecedor. Analisemos este termo. Então, no caso, por se encontrarem em um estado grave de enfermidade, algumas pessoas se julgam no direito de determinar o término de sua vida, julgando esta ser uma opção mais correta por não se considerarem merecedoras deste tipo de desencarne. No Livro dos espíritos, os espíritos afirmam que “é sempre culpado aquele que não aguarda o termo que Deus lhe marcou para a existência”.

No livro Após a Tempestade, Joanna de Ângelis define a eutanásia como algo puramente material. “É uma prática nefanda que testemunha a predominância do conceito materialista sobre a vida, que vê apenas a matéria e suas implicações imediatas em detrimento das realidades espirituais, refletindo também a soberania do primitivismo animal na constituição emocional do homem”, afirma. Depois dessa explicação, vemos que esse ato pode parecer bastante pensado aos olhos da pessoa, do ponto de vista material, mas é uma atitude extremamente impensada do ponto de vista espiritual. Queremos que as pessoas pensem realmente se é isso que desejam. Esse ato abrevia o sofrimento de hoje, mas acarreta sofrimentos até maiores a esses espíritos ao longo de sua caminhada evolutiva e contradizem, se for o caso, o respeito dessas pessoas às leis de Deus. Nós, espíritas, temos a consciência de que a eutanásia não é um alívio. Pelo contrário, é o início de grande sofrimento para esse espírito. Tal ato seria uma inconseqüência mediante o que aprendemos em nossa doutrina. Não estamos aqui simplesmente para passar nossa opinião. Estamos, além disso, mostrando o que a Doutrina Espírita tem a nos dizer sobre esse tema tão complexo.

E no caso de uma outra pessoa,seja ela um familiar ou o próprio médico,tomar a decisão de interromper a vida desse enfermo ou colaborar com esse ato? Seria essa uma ação solidária ou inconseqüente, errônea?
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, no Capítulo V (Bem-aventurados os aflitos), item 28 “Um homem está agonizante, presa de cruéis sofrimentos. Sabe-se que seu estado é desesperador. Será lícito pouparem-se-lhe alguns instantes de angústia, apressando-se-lhe o fim?”, nós podemos obter a resposta: “Quem vos daria o direito de prejulgar os desígnios de Deus? Não pode ele conduzir o homem até a borda do fosso, para daí o retirar a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar idéias adversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe haja soado a hora derradeira. A ciência não se terá enganado nunca em suas previsões? (...)”

O Evangelho nos responde e ainda toca em uma questão muito importante: a ciência e seus erros, improváveis mas possíveis. Com certeza, acontecem muitos casos de médicos que prevêem um prazo de vida a um enfermo e este se expande muito mais que o esperado. Sabemos que a ciência evolui a cada dia e nos prova coisas consideradas improváveis há tempos atrás. Ela pode até determinar os fatores que podem influenciar uma vida longa ou curta, mas nunca dizer exatamente quando será o termo de uma vida. Isso só cabe a Deus.
Por todos esses fatores, devemos ser contra a Eutanásia (não esquecendo, claro, do livre arbítrio) mas, acima de tudo, devemos nos mostrar solidários aos enfermos, argumentando sobre a decisão destes de abreviar sua vida, mostrando-lhe que é importante à sua família, sem entrar na questão do desencarne (pós-morte) em se tratando de uma pessoa que não tenha religião ou que não seja espiritualista, mostrar a esta uma maneira de ser útil à sociedade, de ter auto-estima, de se sentir alguém.
Ramon Campos Mitchell da Silva
Bibliografia básica:

1. wikipedia.org
2. Michalik, Marco Túlio - Revista cristã de Espiritismo - edição 20.
3. Kardec, Allan – O Livro dos Espíritos – Edição: Federação Espírita Brasileira – Tradução Guillon Ribeiro.
4. Kardec, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo – Edição: Federação Espírita Brasileira – Tradução: Guillon Ribeiro.
5. Angelis, Joanna de – Após a Tempestade.


LARVAS ASTRAIS OU FORMAS PENSAMENTO MIASMAS





São conhecidas como larvas astrais ou miasmas, as criações mentais que exigem três elementos essenciais para substituírem: uma substância orgânica, uma forma aparente e uma energia vital. As larvas astrais não são corpos sutis, não são seres, espíritos, almas... É apenas matéria grosseira, energia deletéria, um aglomerado negativo plasmado e animado pelos resquícios do instinto, agora em dissolução.

Existem substâncias plásticas etéreas que permitem sua criação; a forma depende do sentimento ou da ação mental que inspirou sua criação, e o elemento vital que as anima vem do reservatório universal da energia
cósmica, elementos esses gerados através de certos materiais utilizados em magias negras.

A vida das larvas durará na medida da energia mental ou passional emitida no ato de sua criação, e poderá ser prolongada desde que, mesmo cessada a força criadora inicial, continuem a serem alimentadas por pensamentos, idéias ou vibrações da mesma natureza, de encarnados ou desencarnados.
O ser pensante cria sempre, consciente ou inconscientemente, lançando na atmosfera astral diferentes produtos mentais.

A criação consciente depende do indivíduo sintonizar-se ou vibrar no momento, na onda mental que corresponde a determinada criação ( amor, ódio, luxúria, ciúme etc. ); por isso não é fácil determinar a forma da larva que corresponde à idéia ou ao sentimento criador,mas a vontade adestrada impulsionando a idéia ou sentimento pode realizar a criação, visando produzir os efeitos desejados.

As larvas astrais, quando fruto de um desejo, uma paixão ou um sentimento forte, se corporificam, recebem vida mais longa do que as larvas simplesmente mentais, que quase sempre tem uma alimentação mais restrita, a não ser quando projetada por pessoa dotada de alto poder mental ou por grupo de pessoas nas
mesmas condições.

Os sacerdotes egípcios, por exemplo, criavam larvas com o objetivo de defender as tumbas dos mortos, animando-as com uma vida prolongada. Estas se projetavam sobre os violadores de túmulos, provocando-lhes perturbações graves e até mesmo a morte.

Muitas vezes as larvas astrais são confundidas com espíritos, mas na verdade nada mais são que resíduos energéticos em dissolução, que se desprendem de tudo na Natureza que " morre ".

Quando algo na Natureza vive em desequilíbrio físico e energético, ao morrer desprende uma massa que classificamos de larva astral.


Essa energia, instintivamente vagará em busca da satisfação de seus instintos e sensações, principalmente às que estavam acostumadas quando seu antigo hospedeiro era vivo.

O que ocorre é que um molde energético, com contornos do antigo hospedeiro, para prolongar sua
existência irá a busca da satisfação que lhe dava prazer.

Esse " molde energético ", se não conseguir encontrar aquilo que lhe sustente a "vida", perderá sua essência,desaparecendo. Mas se encontrar alguém com o perfil do antigo hospedeiro, por atração vai se apegar a essa pessoa, aderindo tenazmente à sua aura.

A partir da conexão, a larva astral irá incentivar essa pessoa a tomar atitudes ilícitas, a fim de sentir vislumbres ou instante de prazer a que estava acostumada.

O hospedeiro infelizmente irá,com suas atitudes inferiores ( pois está sendo vibrado pela larva astral por afinidade ), se destruir aos poucos, entregando-se a vários tipos de vícios ou ficando adoentado.

A larva astral é um parasita, e irá esgotar seu hospedeiro até a última gota; com o tempo irá perder sua existência, que por sinal é curta. Mas até que tenha sido extinta, deixará sua vitima em estado adoentado e perigoso, podendo levá-la até a morte.

Se por infelicidade o hospedeiro for uma pessoa sem moral, que por afinidade se ligou a uma
larva astral, ao desencarnar, do seu corpo se desprenderá uma nova larva astral ansiosa por novas viciações, e assim, o ciclo continuará.

Muitos magos negros ou espíritos inferiores, por meio de manipulação energética e magística, conseguem fazer com que certos tipos de larvas astrais ataquem seus desafetos, drenando suas energias e transformando-os em verdadeiros zumbis.

Em oferendas e despachos, em que são utilizados materiais pesados com álcool e sangue, as larvas astrais sentem-se incontrolavelmente atraídas. Os vapores do sangue e do álcool dão a elas a sensação de vida, e pó risso " enganam " os médiuns despreparados, fazendo-se passar por " Entidades de Luz ", convencendo-os a efetuar tais "trabalhos"com sangue e álcool.

Com esse conhecimento podemos entender como se processa o contato com as larvas astrais, e com a manipulação energética dos passes magnéticos e espirituais, poderemos auxiliar, e muito, na retirada desse tipo de infecção.

Na magia negra antiga eram empregados diversos tipos de materiais terrenos para atingir objetivos escusos; hoje, isso está caindo em desuso, pois ninguém mais quer ter disciplina metal suficientemente grande para atuar como um mago negro, assim também como muitos poucos querem ter disciplina e reforma intima necessárias para se tornar um mago branco. Mas o pior está acontecendo; a magia negra está se tornando mental, e o homem não está se apercebendo da gravidade do fato, deixando-se levar pelas mazelas e
paixões humanas, destruindo-se e buscando destruir o seu próximo. A fronteira entre encarnados e desencarnados está se tornando tênue devido aos encontros e afinidades, e o baixo astral está encontrando terreno fértil para difundir sua maldade.

A humanidade vive indiferente às mensagens provindas da Espiritualidade Maior e seus ensinos libertadores, ainda confundindo espiritualidade com "espiritualismo", ou práticas religiosas com evangelização.O homem julga que a crença, ou simplesmente viver em ambiente religioso ou esotérico são suficientes para livrá-lo ou mesmo criar uma condição de imunização contra as mentes cheias de inveja e maldade, descuidando-se da reforma íntima e da constante transformação para o bem.

FORMAS - PENSAMENTO



Idéias projetadas pela mente humana, criadas na esfera da alma e materializadas no mundo espiritual, que se mantém pela força de nossos pensamentos.

Toda e qualquer ação e todo e qualquer pensamento ficam registrados na memória vital do espírito e no éter-cósmico, caracterizando as formas-pensamento como concretizações de pensamentos. Por exemplo: um
homem, num ambiente de trabalho, sente inveja do colega por este se mostrar mais competente, mais esforçado e, portanto, mais solicitado e admirado. A inveja do primeiro cria no éter-cósmico uma forma-pensamento própria desse sentimento, que pode possuir forma especifica como a de uma faca ou de um
homem morto, ou forma indefinida, caracterizando apenas o sentimento pelo qual foi gerada. A forma-pensamento pode se depositar no éter-cósmico ou colar-se ao individuo invejado, causando-lhe prejuízos psíquicos e até físicos. Está ai a explicação cientificado famoso " mau-olhado ", agouro direcionado a uma pessoa que efetivamente, na maioria dos casos, causa prejuízos a mesma.


Porem, as formas-pensamento também podem se originar de sentimentos nobres como o amor ou a benevolência. Uma mãe, que ama seus filhos, ao assistir o progresso dos mesmos se enche de alegria e envia formas-pensamento benéficas a eles, que podem se caracterizar por imagens alegres como um coração, um
rosto sorrindo ou formas indefinidas em cores vivazes e alegres.

Acontecimentos como guerras, em que muitos espíritos sofreram atroz a mente, podem gerar formas-pensamentos terríveis, gerando perturbações de ordem psíquica nos moradores da região afetada.
Somente os espíritos já evoluídos conseguem dar forma e comandar suas formas-pensamento. Os demais as produzem inconscientemente.


MIASMAS



Há entre encarnados e desencarnados, um processo de assimilação.
Muitas vezes isso acontece sem que percebamos, quando nutrimos em nós pensamentos e anseios de natureza inferior.

Mantendo continuamente idéias viciosas e negativas, acabamos por irradiar para o pano extra físico esses
desejos; encontrando espíritos que se afinam com os mesmos, estabelecemos uma espécie de" parceria ".
Muitos desses desencarnados estão sempre a procura de sensações físicas, tentando manter-se o Maximo possível ligados a vida material.

No decorrer de nossa vida, passamos por diversos ambientes e trocamos impressões com vários tipos de pessoas. Estamos num planeta ainda em evolução espiritual, portanto, infelizmente ainda predominam o mal e o negativismo. Todo esse conjunto de pensamentos e ações vai formando "miasmas” e todo tipo de” vírus” espirituais que se colam à aura das pessoas.

Por mais que estejamos em constante vigília, algumas vezes deixamos cair nosso padrão vibratório, acabando por nos envolver com esse tipo de energia. Se não tivermos cuidados, podemos decair adquirir doenças e for
constantemente obsedados.

Fontes:
http://filosofia-esoterica.blogspot.com/2010/11/larvas-astrais-ou-formas-pensamento.html



Carta de Bezerra de Menezas, psicografada por Divaldo Pereira Franco



Brasília, 19 de abril de 2010. Reunião mediúnica no Centro Espírita
Internacional


Comunicação psicografada por Divaldo Pereira Franco, de autoria espiritual de Bezerra de Menezes.


Irmãos amigos, devotados obreiros da seara de Jesus! Abraçando-os em nome dos trabalhadores do lado de cá, rogamos ao Mestre Amigo bênçãos de paz para todos. Os novos tempos em transcurso no plano físico anunciam uma era de transformações necessárias à implementação do processo evolutivo do ser humano. Os dois planos da vida se irmanam e laços de solidariedade se estreitam, tendo em vista os acontecimentos previstos. 

Em atendimento aos compromissos firmados por orientadores do Planeta, almas abnegadas se desdobram em atividades, definindo responsabilidades e tarefas a serem desenvolvidas em épocas específicas.



Não longe, porém, nas regiões purgatoriais de sofrimento que assinalam o perfil dos seus habitantes, no mundo espiritual, almas se agitam, movimentam-se, produzindo ruídos e clamores na expectativa de se beneficiarem, de alguma forma, com a programação que o Alto determina.

Desassossegados, temem as mudanças que já lhes foram anunciadas e, por não saberem ainda administrar emoções e desejos, dirigem-se às praças públicas e aos templos religiosos de diferentes interpretações para debaterem e opinarem: ora aceitam os ventos das mudanças, ora se rebelam, posicionando-se contra elas. Nesse processo, influenciam os encarnados que lhes acatam as opiniões vacilantes e, ao mesmo tempo, são por eles influenciados.


O certo é que a Humanidade chegou a um ponto de sua caminhada evolutiva que não mais se lhe permite retrocesso de qualquer natureza. Para os próximos cinqüenta anos já se delineia um planejamento destinado a ser cumprido por uma coletividade de Espíritos que irão conviver com grandes e penosos desafios.


Trata-se de uma população heterogênea constituída de almas esclarecidas e de outras em processo de reajuste espiritual. As primeiras revelam-se iluminadas pelo trabalho desenvolvido na fieira dos séculos, quando adquiriram recursos superiores de inteligência e de moralidade. Retornam à reencarnação para exercer influência positiva sobre as mentes que se encontram em processo de reparação, necessitadas de iluminação espiritual.

A atual Humanidade será pouco a pouco mesclada por esses dois grupos de Espíritos reencarnantes. Inicialmente na sua terça parte, abrangendo todo o Planeta, depois, dois e três terços. O trânsito entre os dois planos estará significativamente acelerado. Um trânsito de mão dupla, acrescentamos, pois coletividades de encarnados também retornarão à Pátria verdadeira.


Anunciam-se, então, o processo renovador de consciências por meio de provações, algumas acerbas. Uma operação de decantação que visa selecionar os futuros habitantes do Planeta, aqueles que deverão viver os alvores da Era da Regeneração.


A massa humana de sofredores, de Espíritos empedernidos, repetentes de anteriores experiências, retornará à gleba terrestre em cerca de cinqüenta anos, mas os guardiões da Terra estarão a postos, ao lado de cada encarnado ou desencarnado convocando-os á transformação para o bem.

É a era do espírito, anunciada a clarinadas na manhã do dia de ontem, 18 de abril de 2010, no momento em que o sol lançava os seus primeiros raios à Terra. Em região muito próxima ao plano físico, habitantes do Além quase que se fundiram com a humanidade encarnada para, em reunião de luz e vibração amorosa, ouvir o mensageiro de Jesus que lhes traçou as diretrizes de uma nova ordem planetária, que ora começa a se estabelecer.


Ismael falou emocionado para os representantes de todas as nacionalidades, logo após a manifestação clamorosa dos seus patronos e guias. 

Revelou planos de Jesus relacionados à cristianização dos homens.

Ao final da abençoada assembléia, Espíritos valorosos deram-se as mãos, envolvendo o Planeta em suas elevadas vibrações, transformadas em pérolas que caiam do alto sobre os seus habitantes, atingindo-lhes a fronte na forma de serafina luminosidade. Estejam, pois, atentos para os acontecimentos, meus filhos. Reflitam a respeito do trabalho que se delineia e, do posto de serviço onde se encontrem, sejam, todos e cada um, foco de luz, ponto de apoio.


Ouçam as vozes do céu, pois estão marcados pela luz dos guardiões planetários. Façam a parte que lhes cabem. Sejam bons, honestos, laboriosos, fraternos.

Os dias futuros de lutas e dores assemelham-se aos “ais” apocalípticos. Surgirão aqui, acolá e mais além, implorando pela união, compaixão e misericórdia, individual e coletiva.


Assim, irmãos e amigos, não cometam o equívoco de olhar para trás, mas coloquem as mãos na charrua do Evangelho e sigam adiante. Não repitam a experiência a mulher de Ló, o patriarca hebreu que, possuidora de fé frágil, olhou para trás em busca dos prazeres perdidos, transformando-se em estátua de sal, desiludida pela aridez das falsas ilusões. 


Façam brilhar a própria luz, meus filhos! Este é o clamor do Evangelho, hoje e sempre!...


Bezerra

Essa mensagem  ditada por Bezerra de Menezes em 19/04/10, explica o porquê do terremoto no Japão e de muitas outras coisas que nosso planeta e nós vamos passar nos próximos anos.



O Principe das Trevas


O Principe das Trevas - Na Obra de Rubens Saraceni
Organizado e Comentado por Alexandre Cumino


Lúcifer, Satã, Satanás, Capeta, Demônio, Belzebu, Tinhoso, Chifrudo, Coisa Ruim, Principe das Trevas etc...
O que seria isto à Luz da Umbanda?

A Umbanda não crê em “demônio”, da forma como foi idealizado no Cristianismo e mais especificamente no Catolicismo ou no Islã, no entanto muitas vezes nos deparamos com “Mistérios Negativos” ou “Mistérios Divinos” assentados em faixas negativas, a que nós chamamos trevas, que outros identificam com a palavra católica ou popular “inferno”, e nos questionamos acerca de nossa ignorância sobre os mesmos. Afinal Inferno não é um estado de espírito, ou região astral criada pelo psiquismo dos que estão mentalmente nesta condição? No entanto me parece que algumas regiões negativas foram criadas antes que ali chegasse o primeiro ser infernal, ou melhor trevoso, bem me desculpe apenas um ser (filho de Deus) negativado. Não é fácil avaliar quem desce as trevas, afinal muito amor deve ter a mãe ou o pai que vai visitar ou resgatar um filho na cadeia, numa zona de meretrício ou numa “cracolândia”. Mas nem sempre esta mãe ou pai, por mais amor que tenha pode ir desprotegida (o) demosntrando sua fragilidade e mesmo porque para entrar em certos lugares não se pode ser frágil.

Lendo a obra psicografada por Rubens Saraceni nos deparamos muitas vezes com mistérios da criação em suas realidades negativas que em outras obras nem de perto nos foram apresentados e muito menos de tal forma.

Em A Evolução dos Espíritos tomamos conhecimento de um Avatar, um Demiurgo, que em uma era desconhecida para nós, Era Cristalina, talvez a mítica Atlântida, que encarnou e chamou a si todos os filhos de Deus negativados para recolherem-se com ele nas faixas negativas do astral.

Esta seria uma forma de entender o mítico Lúcifer-yê, um mistério assentado nas Trevas para recolher os que ficam pelo caminho.

No Cavaleiro da Estrela Guia nos deparamos com “O Próprio Ser Infernal” que invade a “Assembléia Sinistra” com o objetivo específico de levar consigo o Cavaleiro, que mergulha na dor e nas trevas.

Nas palavras do Cavaleiro da Estrela da Guia:

O que me aconteceu? O horror, o pavor, o medo, a angústia, a aflição, o desespero, a loucura, o remorso, a tentação, a luxúria, o desejo, e muitos outros mistérios das trevas da ignorância se fizeram vivos no meu mental: tanto superior quanto inferior. Todo o meu ser imortal foi violado e violentado. O horror de me ver sendo levado pelo próprio senhor dos horrores. O medo do que me aconteceria. A angustia por não saber se voltaria à Luz. A aflição por meu estado enérgico que se enfraquecia a cada instante. O desespero pelas dores horríveis que sentia ao ser torturado cruelmente. A loucura pelas visões horrendas que tive. O remorso ao ter, diante de meus olhos, todos os meus fracassos diante da lei na execução de determinadas tarefas. A tentação, ao ter meu mental inferior ativado ao máximo por aquele que tem a chave de acesso a ele. A luxúria ao dar vazão a tentação, ampliada em muito na sua intensidade. O desejo ao ver, ainda que ilusório, o ser dos meus encantos e desejos.
A tudo eu ouvia, via ou reagia com uma observação apenas: eu sou você e você é parte de mim...
[...] Então, em um último esforço, criei em meu mental o vazio absoluto...
A voz do silêncio... eu tornei a ouvi-la, no meu vazio absoluto, dizendo: “Se você morrer por mim, eu, o seu Criador, irei revivê-lo em mim, pois só eu sou a Vida, o resto é apenas um meio de vida da Vida. Eu sou a Vida, e quem vive em mim, por mim e para mim, jamais morrerá...
[...] Minha prova havia terminado. Um dia meu ancestral místico me havia dito: “Um dia eu testarei seu amor por mim”. Este havia sido o dia... E foi este amor que me resgatou da queda nas trevas do mental inferior...

No Guardião da Meia Noite a mesma história se passa por outro prisma, no qual é ressaltado o compromisso que todos os guardiões assumem, após a queda do Cavaleiro e sua posterior reencarnação.

No título Guardiões dos Sete Portais, Lúcifer-yê aparece muitas vezes como o mistério da ilusão, aquele que abençoa amaldiçoando e que amaldiçoa abençoando, pois se apresenta invertido na criação. Acompanhamos uma luta milenar travada entre o Cavaleiro da Estrela da Guia junto aos Guardiões, contra Lúcifer-yê e os caídos nas trevas humanas. Fica claro, no entanto, que tem uma importância maior a presença de Lúcifer-yê e seu mistério nas faixas negativas.

No Guardião das Sete Encruzilhadas podemos ler as palavras de Lúcifer-yê, em desabafo dirigido ao Criador, a quem ele diz amar, adorar e venerar. Abaixo coloco apenas uma parte de seu “desabafo” de forma editada:

-Por que, meu Senhor? Por que tinhas de me enviar até este abismo da perdição humana?
Por que logo eu, que tanto vos amo, adoro e venero, tinha de ser o escolhido para ser o catalizador, absorvedor e acumulador das energias geradas por todos os espíritos humanos viciados? Por que, meu Senhor? Não vedes que eles, os humanos nunca vão aprender...
[...] Senhor meu, eu vos amo, respeito, adoro e venero, e, no entanto sou tão incompreendido pelos servos do meu irmão do alto! Eles não entendem que se sou como sou é porque assim são os semelhantes deles que não vos amam, veneram, adoram e respeitam, e que por vós são enviados ao meu reino sem luz com todos os vícios humanos, os quais tornam meus domínios depósitos da escória humana. Eles não sabem que só odeio quem vos despreza; só persigo quem se afasta de voz...
[...] Por que vosso servo do alto não diz a eles como realmente sou, quem eu sou e por que sou como sou?

Logo esta representação de Lucifer-yê está distante da tradicional representação católica de “Lucifer” (“O Anjo Caido”, aquele que desafiou Deus, por vaidade, ego e eorgulho).

E agora, quase dez anos depois, com a publicação do recém lançado Cavaleiro do Arco Íris, temos uma conclusão com relação a este mistério na criação, que se revela num diálogo travado entre o Cavaleiro e o “Príncipe das Trevas”, como vemos abaixo:

- Descobriu quem sou eu, Mago da Vida?
- Se não estou enganado, é aquele que chamo de Príncipe das Trevas. Estou certo?
- É assim que me concebe, mago da Vida?
- É assim que o idealizo e concebo, já que reina absoluto nos domínios sóbrios da face escura do Senhor das Trevas.
- Não acha melhor uma concepção menos humana, Mago da Vida?
- Nem pense nisso, Príncipe das Trevas.
- Por que não? Uns me concebem e idealizam como um cão infernal, outros me imaginam como uma hidra ou um dragão, ambos assustadores. Já me idealizaram e conceberam de tantas formas que só a criativa imaginação humana é capaz de tanto, sabe?
- Sei, sim. Por isso o idealizo e o concebo como príncipe, Príncipe das Trevas!
- Tem certeza de que não me prefere como a tenebrosa, assustadora e maldita serpente das trevas , à qual você vinha combatendo desde que se humanizou e idealizou-me e concebeu-me como a traiçoeira e peçonhenta serpente das trevas?
- Nem pense nisso, príncipe! Já chega de combater serpentes.
- Mas foi você mesmo que semeou essa minha concepção no meio humano, Mago da Vida!
- Eu fiz isso?
- Fez, sim.
- Essa não! Deve ter sido por causa dos meus ancestrais irmãos venenosos e traiçoeiros, sabe?
- Eu sei?
- Não sabe?
- Eu deveria saber, Mago da Vida? Afinal, venenosos e traiçoeiros são seus asquerosos irmãos ancestrais, não eu, que só tenho recolhido-os em meus domínios e contido suas iras e fúrias com os tormentos que eles criaram para si mesmos.
- Essa não! Só agora você me revela isso, irmão Príncipe das Trevas?
- O que foi que eu revelei, irmão Mago da Vida?
- Que você assume a condição com a qual o distinguimos em nossa imaginação, e depois plasma o tormento que é em si mesmo, já segundo nossa concepção e idealização. E daí em diante se nos mostra tão tormentoso e assustador como imaginamos que deva ser, oras!
- Você não sabia que eu era, e sou assim?
- Agora sei, irmão Príncipe das Trevas.
- Que Mago da Vida estúpido que você era, não?
- Sem ofensas, príncipe. Não vamos baixar o nível de nossa conversa, certo?
- Tudo bem, Mago. Mas que você foi um estúpido em comparar-me aos seus venenosos e traiçoeiros irmãos ancestrais, isso foi, certo?
- Ponto para você, príncipe. Eu real-mente fui um estúpido quando acreditei que aqueles safados eram você. Mas ago-ra não me enganarão mais, sabe?
- Porque acha que eles não o enganarão, se são uns enganados enganadores?
- Bom, eu já o idealizei e concebi como o Príncipe das Trevas, que aos meus olhos só se mostrará como escuridão, nunca como uma aparência desumana. Portanto se alguma sombra mover-se no meio da escuridão, com certeza não será você porque é ela em si mesmo, e não o que se move dentro dela.
- Que sábia descoberta, Mago da Vida. Já estou deixando de vê-lo como um estúpido e achando-o um sábio.
- Eu, um sábio? Nem pense isso, príncipe. Sou só um modesto aprendiz dos vastos mistérios da Criação. Agora, você sim, é um sábio que tem muito o que me ensinar sobre seus domínios ocultos pela escuridão do seu mistério, que é você em si mesmo.
- Você está me idealizando como um sábio, Mago da Vida?
- Já o idealizei como sapientíssimo Príncipe das Trevas, que certamente me instruirá em como devo proceder com meus astutos, traiçoeiros e venenosos ir-mãos ancestrais que se ocultaram na sua escuridão. Com certeza de agora em diante eles não ficarão invisíveis aos meus olhos porque os diferenciarei de você mesmo, já que você é a escuridão e eles são as sombras ou as formas desumanas que vivem, habitam e se movem em seus domínios. Com certeza caso eu venha a ser confundido por eles, você imediata-mente me alertará e instruirá sobre como proceder em seus domínios e como anular as ações intentadas por eles.
- Essa não, Mago da Vida!!!
- Esse sim, Príncipe das Trevas...
[...] Você disse que me ama e estima, respeita e confia e até me tem na conta de um nobre príncipe!
- É isso mesmo. Eu descobri sua razão de existir como parte do todo e encontro nobreza no seu modo de atuar, pois não atua de outro modo e forma que não a desejada por quem o idealiza, concebe e concretiza. Só um nobre é tão generoso, e só um concede o que dele desejam, ou estão aptos adquirirem, assumirem e sustentarem. Um nobre não nega algo se o que lhe foi pedido é justo, e não impõe nada a ninguém se for violentar sua natureza ou contraria seus desejos mais íntimos, sabe?
- Agora sei, Mago da Vida. Já estou me sentindo um nobre príncipe regente dos vastos domínios escuros do Senhor da Trevas. E, para ser sincero, até estou me sentindo melhor nessa sua nova idealização e concepção humana do que eu me senti na concepção anterior, quando você me idealizou como uma asquerosa e traiçoeira, venenosa e ardilosa serpente, sabe?
- Agora sei, Príncipe das Trevas!...
[...] - É isso, Mago esclarecido. Eu não tenho a iniciativa em nenhum campo. A mim compete unicamente a reação a todas as iniciativas incorretas. Se uma religião disser que um determinado procedimento é um pecado, quem proceder segundo ela indicou estará pecando e provocará uma reação de minha parte. E se a reação é ir para o purgatório, o pecador irá para o purgatório. Se indicar que deve ir para o inferno, então irá para o inferno. E assim por diante.
Eu sou um mistério que só adquiro existência a partir das ações contrárias à vida. Mas, quando cessam as ações e as causas delas, cessa minha atuação na vida de quem me ativou em sua existência.
- Acho isso tudo de uma lógica e grandeza única, nobre e esclarecedor Príncipe das Trevas.

Este desfecho para as aparições do “Príncipe das Trevas” na obra de Rubens Saraceni, revela algo muito especial no que diz respeito à compreensão dos mistérios, no caso deste em específico e de outros que seguem o mesmo modelo. Creio que algo semelhante se dá com o Mistério Exu, por exemplo, pois quando se concebe Exu como algo positivo ele se mostra de forma positiva, ao concebê-lo de forma negativa ele se mostra de forma negativa. Muitos crêem que Exu deve ser agressivo, falar impropérios e expor as pessoas ao ridículo, o resultado é que muitas entidades assumem esta carapaça para se enquadrar na expectativa de quem o evoca. É claro que nem sempre quem responde a este chamado são as entidades de Lei.
Pelo que entendemos aqui o “Príncipe das Trevas” está muito longe da concepção e idealização do “demônio” católico ou evangélico, portanto que cada um fique com os “demônios” que criaram para si e para suas religiões. Pois o único e verdadeiro demônio em nossas vidas somos nós mesmos quando caminhamos movidos pelo Ego.

No Catolicismo “Lucifer” é o Anjo Caído porque quis ser como Deus, No judaísmo não há um anjo com o nome “Lucifer”, que é latino, uma tradução do romano “Phósforos”, uma divindade, “O Portador da Luz”. No judaísmo Anjo não tem livre arbítrio ele cumpre a vontade de Deus, logo é inconcebível o mesmo se “revoltar”. No Velho Testamento vemos “O Opositor” (Satanás) dialogando com Deus, como velhos amigos a cerca de Jó e o “tentador” cria situações para desviar Jó, tão querido a Deus. Esta é uma das poucas passagens do Antigo Testamento em que aparece “o opositor”, pois nesta realidade pré-cristã Deus faz o bem e faz o mau, se é para matar os Egípcios Ele mesmo mata... mas por meio do “Anjo da Morte” é claro, que não é nenhum demônio apenas está a serviço de Deus.

E voltando ao Anjo Caido, enquanto umbandista me parece uma história bem mal contada, um Anjo, o mais belo, ter sua queda por vaidade? Difícil de crer, mais fácil entender que é mais um mito e tabu católico para evitar de explicar um mistério teológico. No islã “Shaitan”, segundo o Corão teve sua queda por se recusar a abaixar a cabeça para o homem feito de barro, já que ele era um anjo feito do fogo. No mesmo Islã há também os Gênios (djin) que podem ser bons, maus e neutros.

Afinal quem é o demônio em nossas vidas que não nossas vontades e vícios?
Quanto a espíritos obsessores, são o que são, apenas espíritos.

Já “Tronos Opostos” são outro mistério do Criador, não confundir com Orixás Cósmicos, os quais de asentam no embaixo exatamente nos pólos opostos aos 14 Orixás exatamente para absorver nossos vícios nos sete sentidos da vida:

Fanatismo e Ilusão, Ciúmes e Ódio, Soberba e Ignorância, Preconceituosidade (Mediocridade) e Injustiça, Arrogância e Desordem, Imobilidade (acomodação) e Involução, Apatia e Morte.

Somos nós que geramos o vicio e o oposto das virtudes (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) e a função dos Tronos Opostos é atrair os seres “pesados” que carregam seus vícios e absorver os mesmos. São eles O Trono Oposto da Fé, do Amor... e claro Masculino e Feminino. No Livro Orixás Ancestrais considera Lucifer e Lilith como os Tronos Opostos à Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo), o que deve ser interpretado também e não levado ao pé da letra, são opostos mas não deixam de ser “Mistérios do Criador”.

Sei que não é fácil entender alguns conceitos, mas temos a eternidade para compreendê-los não é?
P.S. Todos os livros citados de Rubens Saraceni são publicados pela Editora Madras www.madras.com.br