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Sobre a bruxaria


Temos algo de bruxo dentro de nós? Existem eus psicológicos bruxescos, ligados à quinta esfera infernal, que se manifestam em nossa psique, em nível inconsciente? Vejamos o que o venerável mestre Samael Aun Weor conceitua sobre o tema dos Eus da Bruxaria:
Faz 50 anos, vivia em uma aldeia do condado de Sommerset, uma velha que era por todos considerada como bruxa. Seu corpo era seco, encurvado pela idade e andava com muletas. Sua voz era cavernosa, de misteriosa mas simulada solenidade; de seus olhos brotava um fulgor penetrante que deixava mudo de espanto todo aquele sobre quem seu olhar recaísse.
De repente, um jovem saudável e moço, de uns 21 anos, da mesma localidade, foi assaltado por um pesadelo tão persistente que sua saúde foi afetada e num prazo de três a quatro meses ficou debilitado, pálido e magro, com todos os sintomas de uma vida que se esgotava.
Nem ele nem ninguém dos seus duvidava da causa e, depois de celebrar conselho, ele tomou a decisão de esperar acordado pela bruxa.
Assim, na noite seguinte, por volta das onze e meia, percebeu uns passos silentes e sigilosos na escada.
Assim que o amedrontador ser chegou ao quarto, foi ao pé da cama, subiu nela e se arrastou lentamente até o moço.
Ele deixou até que ela chegou aos seus joelhos e então agarrou-a com as duas mãos pelos cabelos, segurando-a com convulsa força, enquanto chamava sua mãe, que dormia num quarto contíguo, para que trouxesse a luz.
Enquanto a mãe buscava a luz, o moço e o ser desconhecido lutaram às escuras, rolando ambos furiosamente pelo solo, até que ao primeiro vislumbre da escada a mulher safou-se com força sobrenatural do jovem e desapareceu como um relâmpago de sua vista. A mãe encontrou seu filho de pé, ainda ofegante pelo esforço e com mechas de cabelo nas mãos.
Quando me relatou o fenômeno, disse Barnett, perguntei-lhe com curiosidade de onde havia tirado o cabelo. Ao que ele respondeu: “Fui tolo em não ter conseguido segurá-la, pois isso teria demonstrado melhor a identidade da pessoa”.
Porém, no torvelinho das minhas sensações, fi-la cair no chão e a bruxa, a quem pertenciam os cabelos, teve o bom cuidado em não aparecer mais à minha vista, nem de vir molestar-me mais à noite, pois havia levado uma boa surra.
É estranho – acrescentou – que, enquanto a segurava e lutava com ela, embora eu soubesse quem devia ser, sua respiração e todo seu corpo pareciam de uma moça saudável.
O homem a quem isto aconteceu vive ainda; contou-me esse episódio mais de uma vez e por isso mesmo posso certificar sobre a autenticidade do fato, pensem o que quiserem sobre a causa.”
Comentando o caso, o sábio Waldemar diz o seguinte: “Esse relato contém dois pontos de muito peso. Em primeiro lugar, o jovem sabia que seu pesadelo tinha por causa a bruxa que vivia na localidade e, também, conhecia esta bruxa de fugazes encontros ao passar por ela durante o dia e de suas visitas astrais noturnas.
Em segundo lugar a bruxa, encurvada pela idade e sustentada por muletas, transformou-se, ao cabo de vários meses, durante os quais ele foi se debilitando e se consumindo, na imagem de uma exuberante moça. Onde podemos encontrar a causa deste evidente rejuvenescimento da velha?
Para responder a essa pergunta, continua dizendo Waldemar, devemos levar em conta o mecanismo do Eidolon, o duplo.
Se a aura que envolve e rodeia os seres representa também um reflexo fiel de seu corpo, de maneira que nela se encontram correspondentemente contidos, com exatidão, seus defeitos e debilidades, o corpo duplo apresenta, por assim dizer, uma marcante evidência que, por exemplo, se manifesta, amiúde, em feridos graves; que podem sentir dores em um membro amputado há vários anos e por certo tão intensas como se o mesmo ainda existisse.
Esta invulnerável integridade do duplo fundamenta-se no princípio criador de que a forma dada pela natureza, a congênita do ser, está contida numa espécie de primeiro germe.
Neste, como na semente encontra-se contida a estrutura de toda a árvore, acha-se oculto o ser em sua viva imagem. Mediante múltiplas falsas ações e extravios, reflete-se, no curso da vida, o tecido vibratório astral que se enlaça com o corpo primitivo.
Com respeito aos corpos primitivos, desejaríamos assinalar ainda que o professor Hans Spemann, da Universidade de Eriburgo, obteve, no ano de 1955, o prêmio Nobel de Medicina e Psicologia, devido à sua comprovação, em transcendentais estudos, de que nos primeiros estágios do desenvolvimento embrionário se acha ativo um escultor da vida, um ideoplástico químico que forma o protoplasma segundo uma imagem predeterminada.
Partindo desses estudos de Spemann, o professor Oscar E. Shotté, da Universidade de Yale, conseguiu comprovar, mediante suas experiências com salamandras, que o escultor da vida não desaparece, de modo algum, tal como Spemann havia suposto, após o tempo de desenvolvimento embrionário, mas que se mantém durante toda a vida do indivíduo.
Um pequeno pedaço de tecido, procedente da ferida de um homem, poderia, segundo o professor Shotté, ao ser injetado em um terreno virgem e vivo, reconstruir, de maneira inteiramente idêntica, todo o corpo do homem ferido em questão. Talvez os experimentos nos laboratórios de homúnculos conduzam, algum dia, a reforçar praticamente e de maneira insuspeitada, as teorias do professor Shotté.
É óbvio que a abominável harpia deste cruento relato, mediante certo modus operandi desconhecido para o vulgo, pôde sugar ou vampirizar a vitalidade do jovem para transplantá-la ao seu próprio corpo primitivo; só assim se pode explicar, cientificamente, o insólito rejuvenescimento do corpo da velha.
É inquestionável que o ideoplástico químico, impregnado pela vitalidade do moço, pôde reconstruir o organismo valetudinário daquela anciã.
Enquanto a vida do mancebo se esgotava espantosamente, a velha fatal de sinistros conciliábulos tenebrosos recobrava sua antiga juventude.
É evidente que o rapaz teria podido capturá-la se não houvesse cometido o erro de pegá-la pelos cabelos; melhor teria sido se a segurasse pela cintura ou pelos braços.
Muitas dessas harpias abismais, surpreendidas em flagrante, foram capturadas com outros procedimentos.
Algumas tradições antigas dizem: ‘Se colocamos no solo tesouras de aço abertas em forma de cruz e aspergimos mostarda negra ao redor deste instrumento metálico, qualquer bruxa pode ser capturada’.
Causa assombro que alguns ocultistas ilustres ignorem que essas bruxas possam eludir a lei da gravidade universal! Ainda que pareça insólita a notícia, enfatizamos a ideia de que isto é possível colocando o corpo físico dentro da quarta dimensão.
Não é de modo algum estranho que essas harpias, metidas com seu corpo físico dentro da dimensão desconhecida, possam levitar e viajar em poucos segundos a qualquer lugar do mundo.
É óbvio que elas têm fórmulas secretas para escapar do mundo tridimensional de Euclides.
Em termos estritamente ocultistas, bem podemos qualificar essas criaturas tenebrosas como jinas negros.
O organismo humano oferece, certamente, possibilidades surpreendentes. Recordem, amados leitores, a execrável Celene e suas imundas harpias, monstros com cabeça e pescoço de mulher. Horrendos pássaros das Ilhas Estrófades, que se encontram no Mar Jônico.
O Castelo de Klingsor é o reduto da bruxaria mundial, polo contrário do sagrado Templo do Santo Graal. No Castelo de Klingsor veem-se danças e práticas profanas, enquanto no Templo do Graal, somente rituais em honra ao Cristo.
Providas de longas garras, têm sempre no rosto a palidez da fome. Fúrias terríveis que com seu contato corrompem tudo o que tocam, e que antes foram belas donzelas.
A capital principal de todas essas abominações está em Salamanca, Espanha. Ali está o famoso Castelo de Klingsor – o salão da bruxaria –, santuário das trevas, oportunamente citado por Richard Wagner em seu Parsifal.
Valham-me Deus e Santa Maria… Se as pessoas soubessem tudo isto, buscariam o Castelo de Klingsor por todas essas velhas ruas de Salamanca…
Entretanto, bem sabem os divinos e os humanos que o Castelo do Graal Negro se encontra nas terras de Jinas, na dimensão desconhecida.
Às terças e sábados, à meia-noite, ali se reúnem essas bruxas com seus zangões para celebrar suas orgias.
Quando alguma harpia dessas foi apanhada, boa sova, surra ou chicotada levou, pois a pobre gente ainda não sabe devolver o bem pelo mal.
É necessário ser compreensivo e, em vez de atolar-se no lodo da infâmia, dominar essas harpias por meio do amor; enfrentar o problema com valor e admoestar com sabedoria: “Não julgueis, para que não sejais julgados”. “Porque com o juízo com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, sereis medidos”.
“E por que olhas a palha que está no olho de teu irmão e não vês a viga que está em teu próprio olho?”
“Ou como dirás a teu irmão: deixa-me tirar a palha do teu olho e eis, aqui, a viga no olho teu?”
“Hipócrita! Tira primeiro a viga de teu próprio olho e então verás bem, para tirar a palha do olho de teu irmão.”
“Aquele que estiver limpo de pecado que jogue a primeira pedra…”
Ainda que pareça incrível, é bom saber que muitas pessoas honradas e até religiosas carregam dentro de si o Eu da bruxaria.
Em outras palavras, diremos: pessoas honradas e sinceras, que em sua presente existência nada sabem de ocultismo, esoterismo etc., trazem no entanto dentro de si o Eu da bruxaria.
É óbvio que esse Eu costuma viajar através do tempo e da distância para causar dano a outros.
Qualquer interesse fugaz pela bruxaria em alguma vida anterior pode ter criado tal Eu.
Isto significa que no mundo existem muitas pessoas que, sem o saber, praticam inconscientemente a bruxaria.
Em verdade vos digo que muitos são os devotos da senda que também trazem dentro de si mesmos o Eu da bruxaria.
Concluiremos o presente capítulo, dizendo: todo ser humano, ainda que esteja na Senda do Fio da Navalha, é mais ou menos “negro”, enquanto não tiver eliminado o Eu Pluralizado.
Samael Aun Weor,  O Mistério do Áureo Florescer

(Autor Desconhecido)


As Bruxas Verdes Modernas




Por Adriana Zampolli  (Colaboradora da UWB)




No mês de Julho foi celebrado a famosa rainha egípcia Hatshepsut, considerada uma representação da Deusa da Cura. Viveu na 18º dinastia, em 1490 a.e.c. e construiu vários templos dedicadas à Deusa.
Na Irlanda, este é o dia considerado muito favorável à colheita de ervas curativas. Homenageia-se Airmid, a deusa da cura e da magia, guardiã da fonte sagrada da saúde.
Na Bélgica, ocorre celebrações e procissões das curandeiras e feiticeiras.
As Bruxas sempre foram vistas como curandeiras do povo, sempre beneficiando as comunidades em que viviam.
Eram as parteiras, as curandeiras, enfim, as médicas dos vilarejos, onde seus moradores confiavam e acreditavam.
A Tradição Verde na Wicca originou-se de um estilo de uma “tradição familiar” e é literalmente secular. As Bruxas de antigamente usavam da tradição das ervas locais para tratar medicinalmente a sua família e os seus vizinhos.
Nenhum bruxo verde escolheu seguir essa tradição, eram verdes por causa da necessidade do estilo de vida que promovia uma afinidade natural com a terra e suas fontes.
As Bruxas Verdes tem uma longa história de autonomia e independência. Na maioria dos casos, tinham que depender de si mesmas ou de seus vizinhos para o que precisassem. Esta era uma Tradição de orientação verbal e familiar e é duvidoso que estas pessoas pertencessem a grupos e covens, a menos que alguém se considerasse uma família de imediato, ou um grupo ou covens estruturado.
Na verdade, em vários períodos através da história, formar grupos grandes teria literalmente sido perigoso devido a perseguição que teriam que combater.

Por causa das Bruxas Verdes serem tão sintonizadas com a natureza, elas provavelmente observavam as fases da lua e as passagens das estações. Não existiam rituais específicos para cada sabbats ou esbats, pois suas vidas diárias já eram um ritual. Elas incorporaram sua Bruxaria em suas atividades diárias como cozinhar, limpar, costurar, com a jardinagem, a cura, o nascimento de nenéns e etc.

Hoje, o que torna uma Bruxa Verde é a descendência de uma “Bruxa de cozinha” ou uma decisão consciente de focalizar a pessoa ou as energias dos covens na natureza. O importante é alinhar suas energias com a Mãe Natureza fazendo venerações aos deuses e deusas da terra.

O ativismo político não é uma exigência da Bruxaria Verde, mas ser auxiliar dela. É muito comum que um praticante verde seja um consumidor verde.
Nossas avós provavelmente estavam mais em contato com a terra do que nós estamos hoje porque eles passaram pela depressão (crise econômica) que o fizeram mais conscientes da importância de não gastar recursos naturais. É claro que temos vidas bem diferentes das que nossas avós ancestrais tiveram.
Em épocas mais simples o lema era: Invente ou gaste pelo uso, consuma ou faça sem”. Este ainda é um lema válido para as Bruxas Verdes modernas. No caminho verde não existe regra ou manual a ser seguido. Viver o Verde, hoje, geralmente significa viver uma vida simples consciente e autêntica.

As Bruxas Verdes são amigas da terra, são recicladoras, tem um trabalho de reconhecimento das ervas e óleos, preferem um caminho natural para a saúde e a cura.

Não existe nenhum manual ou regras de como ser uma Bruxa Verde, mas abaixo deixo alguns conselhos que fazem a diferença:

- Uma pessoa sempre faz a diferença!
- Dê auxílio às organizações verdes
- Crie um grupo de pessoas para troca de conhecimentos
- Pratique aquilo que você ensina
- Ouça sua voz interior sempre
- Recicle
- Respeite a terra
- Não acredite em tudo que aparece na TV

Reverencie a natureza em todas as suas manifestações.
Fonte: http://uniaowiccadobrasil.com.br/imprensa/artigos/331-as-bruxas-verdes-modernas






O Principe das Trevas


O Principe das Trevas - Na Obra de Rubens Saraceni
Organizado e Comentado por Alexandre Cumino


Lúcifer, Satã, Satanás, Capeta, Demônio, Belzebu, Tinhoso, Chifrudo, Coisa Ruim, Principe das Trevas etc...
O que seria isto à Luz da Umbanda?

A Umbanda não crê em “demônio”, da forma como foi idealizado no Cristianismo e mais especificamente no Catolicismo ou no Islã, no entanto muitas vezes nos deparamos com “Mistérios Negativos” ou “Mistérios Divinos” assentados em faixas negativas, a que nós chamamos trevas, que outros identificam com a palavra católica ou popular “inferno”, e nos questionamos acerca de nossa ignorância sobre os mesmos. Afinal Inferno não é um estado de espírito, ou região astral criada pelo psiquismo dos que estão mentalmente nesta condição? No entanto me parece que algumas regiões negativas foram criadas antes que ali chegasse o primeiro ser infernal, ou melhor trevoso, bem me desculpe apenas um ser (filho de Deus) negativado. Não é fácil avaliar quem desce as trevas, afinal muito amor deve ter a mãe ou o pai que vai visitar ou resgatar um filho na cadeia, numa zona de meretrício ou numa “cracolândia”. Mas nem sempre esta mãe ou pai, por mais amor que tenha pode ir desprotegida (o) demosntrando sua fragilidade e mesmo porque para entrar em certos lugares não se pode ser frágil.

Lendo a obra psicografada por Rubens Saraceni nos deparamos muitas vezes com mistérios da criação em suas realidades negativas que em outras obras nem de perto nos foram apresentados e muito menos de tal forma.

Em A Evolução dos Espíritos tomamos conhecimento de um Avatar, um Demiurgo, que em uma era desconhecida para nós, Era Cristalina, talvez a mítica Atlântida, que encarnou e chamou a si todos os filhos de Deus negativados para recolherem-se com ele nas faixas negativas do astral.

Esta seria uma forma de entender o mítico Lúcifer-yê, um mistério assentado nas Trevas para recolher os que ficam pelo caminho.

No Cavaleiro da Estrela Guia nos deparamos com “O Próprio Ser Infernal” que invade a “Assembléia Sinistra” com o objetivo específico de levar consigo o Cavaleiro, que mergulha na dor e nas trevas.

Nas palavras do Cavaleiro da Estrela da Guia:

O que me aconteceu? O horror, o pavor, o medo, a angústia, a aflição, o desespero, a loucura, o remorso, a tentação, a luxúria, o desejo, e muitos outros mistérios das trevas da ignorância se fizeram vivos no meu mental: tanto superior quanto inferior. Todo o meu ser imortal foi violado e violentado. O horror de me ver sendo levado pelo próprio senhor dos horrores. O medo do que me aconteceria. A angustia por não saber se voltaria à Luz. A aflição por meu estado enérgico que se enfraquecia a cada instante. O desespero pelas dores horríveis que sentia ao ser torturado cruelmente. A loucura pelas visões horrendas que tive. O remorso ao ter, diante de meus olhos, todos os meus fracassos diante da lei na execução de determinadas tarefas. A tentação, ao ter meu mental inferior ativado ao máximo por aquele que tem a chave de acesso a ele. A luxúria ao dar vazão a tentação, ampliada em muito na sua intensidade. O desejo ao ver, ainda que ilusório, o ser dos meus encantos e desejos.
A tudo eu ouvia, via ou reagia com uma observação apenas: eu sou você e você é parte de mim...
[...] Então, em um último esforço, criei em meu mental o vazio absoluto...
A voz do silêncio... eu tornei a ouvi-la, no meu vazio absoluto, dizendo: “Se você morrer por mim, eu, o seu Criador, irei revivê-lo em mim, pois só eu sou a Vida, o resto é apenas um meio de vida da Vida. Eu sou a Vida, e quem vive em mim, por mim e para mim, jamais morrerá...
[...] Minha prova havia terminado. Um dia meu ancestral místico me havia dito: “Um dia eu testarei seu amor por mim”. Este havia sido o dia... E foi este amor que me resgatou da queda nas trevas do mental inferior...

No Guardião da Meia Noite a mesma história se passa por outro prisma, no qual é ressaltado o compromisso que todos os guardiões assumem, após a queda do Cavaleiro e sua posterior reencarnação.

No título Guardiões dos Sete Portais, Lúcifer-yê aparece muitas vezes como o mistério da ilusão, aquele que abençoa amaldiçoando e que amaldiçoa abençoando, pois se apresenta invertido na criação. Acompanhamos uma luta milenar travada entre o Cavaleiro da Estrela da Guia junto aos Guardiões, contra Lúcifer-yê e os caídos nas trevas humanas. Fica claro, no entanto, que tem uma importância maior a presença de Lúcifer-yê e seu mistério nas faixas negativas.

No Guardião das Sete Encruzilhadas podemos ler as palavras de Lúcifer-yê, em desabafo dirigido ao Criador, a quem ele diz amar, adorar e venerar. Abaixo coloco apenas uma parte de seu “desabafo” de forma editada:

-Por que, meu Senhor? Por que tinhas de me enviar até este abismo da perdição humana?
Por que logo eu, que tanto vos amo, adoro e venero, tinha de ser o escolhido para ser o catalizador, absorvedor e acumulador das energias geradas por todos os espíritos humanos viciados? Por que, meu Senhor? Não vedes que eles, os humanos nunca vão aprender...
[...] Senhor meu, eu vos amo, respeito, adoro e venero, e, no entanto sou tão incompreendido pelos servos do meu irmão do alto! Eles não entendem que se sou como sou é porque assim são os semelhantes deles que não vos amam, veneram, adoram e respeitam, e que por vós são enviados ao meu reino sem luz com todos os vícios humanos, os quais tornam meus domínios depósitos da escória humana. Eles não sabem que só odeio quem vos despreza; só persigo quem se afasta de voz...
[...] Por que vosso servo do alto não diz a eles como realmente sou, quem eu sou e por que sou como sou?

Logo esta representação de Lucifer-yê está distante da tradicional representação católica de “Lucifer” (“O Anjo Caido”, aquele que desafiou Deus, por vaidade, ego e eorgulho).

E agora, quase dez anos depois, com a publicação do recém lançado Cavaleiro do Arco Íris, temos uma conclusão com relação a este mistério na criação, que se revela num diálogo travado entre o Cavaleiro e o “Príncipe das Trevas”, como vemos abaixo:

- Descobriu quem sou eu, Mago da Vida?
- Se não estou enganado, é aquele que chamo de Príncipe das Trevas. Estou certo?
- É assim que me concebe, mago da Vida?
- É assim que o idealizo e concebo, já que reina absoluto nos domínios sóbrios da face escura do Senhor das Trevas.
- Não acha melhor uma concepção menos humana, Mago da Vida?
- Nem pense nisso, Príncipe das Trevas.
- Por que não? Uns me concebem e idealizam como um cão infernal, outros me imaginam como uma hidra ou um dragão, ambos assustadores. Já me idealizaram e conceberam de tantas formas que só a criativa imaginação humana é capaz de tanto, sabe?
- Sei, sim. Por isso o idealizo e o concebo como príncipe, Príncipe das Trevas!
- Tem certeza de que não me prefere como a tenebrosa, assustadora e maldita serpente das trevas , à qual você vinha combatendo desde que se humanizou e idealizou-me e concebeu-me como a traiçoeira e peçonhenta serpente das trevas?
- Nem pense nisso, príncipe! Já chega de combater serpentes.
- Mas foi você mesmo que semeou essa minha concepção no meio humano, Mago da Vida!
- Eu fiz isso?
- Fez, sim.
- Essa não! Deve ter sido por causa dos meus ancestrais irmãos venenosos e traiçoeiros, sabe?
- Eu sei?
- Não sabe?
- Eu deveria saber, Mago da Vida? Afinal, venenosos e traiçoeiros são seus asquerosos irmãos ancestrais, não eu, que só tenho recolhido-os em meus domínios e contido suas iras e fúrias com os tormentos que eles criaram para si mesmos.
- Essa não! Só agora você me revela isso, irmão Príncipe das Trevas?
- O que foi que eu revelei, irmão Mago da Vida?
- Que você assume a condição com a qual o distinguimos em nossa imaginação, e depois plasma o tormento que é em si mesmo, já segundo nossa concepção e idealização. E daí em diante se nos mostra tão tormentoso e assustador como imaginamos que deva ser, oras!
- Você não sabia que eu era, e sou assim?
- Agora sei, irmão Príncipe das Trevas.
- Que Mago da Vida estúpido que você era, não?
- Sem ofensas, príncipe. Não vamos baixar o nível de nossa conversa, certo?
- Tudo bem, Mago. Mas que você foi um estúpido em comparar-me aos seus venenosos e traiçoeiros irmãos ancestrais, isso foi, certo?
- Ponto para você, príncipe. Eu real-mente fui um estúpido quando acreditei que aqueles safados eram você. Mas ago-ra não me enganarão mais, sabe?
- Porque acha que eles não o enganarão, se são uns enganados enganadores?
- Bom, eu já o idealizei e concebi como o Príncipe das Trevas, que aos meus olhos só se mostrará como escuridão, nunca como uma aparência desumana. Portanto se alguma sombra mover-se no meio da escuridão, com certeza não será você porque é ela em si mesmo, e não o que se move dentro dela.
- Que sábia descoberta, Mago da Vida. Já estou deixando de vê-lo como um estúpido e achando-o um sábio.
- Eu, um sábio? Nem pense isso, príncipe. Sou só um modesto aprendiz dos vastos mistérios da Criação. Agora, você sim, é um sábio que tem muito o que me ensinar sobre seus domínios ocultos pela escuridão do seu mistério, que é você em si mesmo.
- Você está me idealizando como um sábio, Mago da Vida?
- Já o idealizei como sapientíssimo Príncipe das Trevas, que certamente me instruirá em como devo proceder com meus astutos, traiçoeiros e venenosos ir-mãos ancestrais que se ocultaram na sua escuridão. Com certeza de agora em diante eles não ficarão invisíveis aos meus olhos porque os diferenciarei de você mesmo, já que você é a escuridão e eles são as sombras ou as formas desumanas que vivem, habitam e se movem em seus domínios. Com certeza caso eu venha a ser confundido por eles, você imediata-mente me alertará e instruirá sobre como proceder em seus domínios e como anular as ações intentadas por eles.
- Essa não, Mago da Vida!!!
- Esse sim, Príncipe das Trevas...
[...] Você disse que me ama e estima, respeita e confia e até me tem na conta de um nobre príncipe!
- É isso mesmo. Eu descobri sua razão de existir como parte do todo e encontro nobreza no seu modo de atuar, pois não atua de outro modo e forma que não a desejada por quem o idealiza, concebe e concretiza. Só um nobre é tão generoso, e só um concede o que dele desejam, ou estão aptos adquirirem, assumirem e sustentarem. Um nobre não nega algo se o que lhe foi pedido é justo, e não impõe nada a ninguém se for violentar sua natureza ou contraria seus desejos mais íntimos, sabe?
- Agora sei, Mago da Vida. Já estou me sentindo um nobre príncipe regente dos vastos domínios escuros do Senhor da Trevas. E, para ser sincero, até estou me sentindo melhor nessa sua nova idealização e concepção humana do que eu me senti na concepção anterior, quando você me idealizou como uma asquerosa e traiçoeira, venenosa e ardilosa serpente, sabe?
- Agora sei, Príncipe das Trevas!...
[...] - É isso, Mago esclarecido. Eu não tenho a iniciativa em nenhum campo. A mim compete unicamente a reação a todas as iniciativas incorretas. Se uma religião disser que um determinado procedimento é um pecado, quem proceder segundo ela indicou estará pecando e provocará uma reação de minha parte. E se a reação é ir para o purgatório, o pecador irá para o purgatório. Se indicar que deve ir para o inferno, então irá para o inferno. E assim por diante.
Eu sou um mistério que só adquiro existência a partir das ações contrárias à vida. Mas, quando cessam as ações e as causas delas, cessa minha atuação na vida de quem me ativou em sua existência.
- Acho isso tudo de uma lógica e grandeza única, nobre e esclarecedor Príncipe das Trevas.

Este desfecho para as aparições do “Príncipe das Trevas” na obra de Rubens Saraceni, revela algo muito especial no que diz respeito à compreensão dos mistérios, no caso deste em específico e de outros que seguem o mesmo modelo. Creio que algo semelhante se dá com o Mistério Exu, por exemplo, pois quando se concebe Exu como algo positivo ele se mostra de forma positiva, ao concebê-lo de forma negativa ele se mostra de forma negativa. Muitos crêem que Exu deve ser agressivo, falar impropérios e expor as pessoas ao ridículo, o resultado é que muitas entidades assumem esta carapaça para se enquadrar na expectativa de quem o evoca. É claro que nem sempre quem responde a este chamado são as entidades de Lei.
Pelo que entendemos aqui o “Príncipe das Trevas” está muito longe da concepção e idealização do “demônio” católico ou evangélico, portanto que cada um fique com os “demônios” que criaram para si e para suas religiões. Pois o único e verdadeiro demônio em nossas vidas somos nós mesmos quando caminhamos movidos pelo Ego.

No Catolicismo “Lucifer” é o Anjo Caído porque quis ser como Deus, No judaísmo não há um anjo com o nome “Lucifer”, que é latino, uma tradução do romano “Phósforos”, uma divindade, “O Portador da Luz”. No judaísmo Anjo não tem livre arbítrio ele cumpre a vontade de Deus, logo é inconcebível o mesmo se “revoltar”. No Velho Testamento vemos “O Opositor” (Satanás) dialogando com Deus, como velhos amigos a cerca de Jó e o “tentador” cria situações para desviar Jó, tão querido a Deus. Esta é uma das poucas passagens do Antigo Testamento em que aparece “o opositor”, pois nesta realidade pré-cristã Deus faz o bem e faz o mau, se é para matar os Egípcios Ele mesmo mata... mas por meio do “Anjo da Morte” é claro, que não é nenhum demônio apenas está a serviço de Deus.

E voltando ao Anjo Caido, enquanto umbandista me parece uma história bem mal contada, um Anjo, o mais belo, ter sua queda por vaidade? Difícil de crer, mais fácil entender que é mais um mito e tabu católico para evitar de explicar um mistério teológico. No islã “Shaitan”, segundo o Corão teve sua queda por se recusar a abaixar a cabeça para o homem feito de barro, já que ele era um anjo feito do fogo. No mesmo Islã há também os Gênios (djin) que podem ser bons, maus e neutros.

Afinal quem é o demônio em nossas vidas que não nossas vontades e vícios?
Quanto a espíritos obsessores, são o que são, apenas espíritos.

Já “Tronos Opostos” são outro mistério do Criador, não confundir com Orixás Cósmicos, os quais de asentam no embaixo exatamente nos pólos opostos aos 14 Orixás exatamente para absorver nossos vícios nos sete sentidos da vida:

Fanatismo e Ilusão, Ciúmes e Ódio, Soberba e Ignorância, Preconceituosidade (Mediocridade) e Injustiça, Arrogância e Desordem, Imobilidade (acomodação) e Involução, Apatia e Morte.

Somos nós que geramos o vicio e o oposto das virtudes (Fé, Amor, Conhecimento, Justiça, Lei, Evolução e Geração) e a função dos Tronos Opostos é atrair os seres “pesados” que carregam seus vícios e absorver os mesmos. São eles O Trono Oposto da Fé, do Amor... e claro Masculino e Feminino. No Livro Orixás Ancestrais considera Lucifer e Lilith como os Tronos Opostos à Oxalá e Logunan (Oyá-Tempo), o que deve ser interpretado também e não levado ao pé da letra, são opostos mas não deixam de ser “Mistérios do Criador”.

Sei que não é fácil entender alguns conceitos, mas temos a eternidade para compreendê-los não é?
P.S. Todos os livros citados de Rubens Saraceni são publicados pela Editora Madras www.madras.com.br


Xangô e Egunitá Tronos da Justiça Divina




Xangô – O Trono Masculino da Justiça

Por Alexandre Cumino

Xangô, Zeus, Hórus, Agni, Shiva, Thor, Dagda, Adad, Hadad, Guerra, Ishum, Marduk, Ellil, Betoro Bromo, Al-ait, Bil ou Vil-kan, Taranis, Pan K’oan, Topan, Iahu, Tlaloc, Pachacámac, Comentários.

Xangô — Divindade de Umbanda, manifestação do Trono Masculino da Justiça, irradia Justiça o tempo todo, de forma passiva não forçando ninguém a vivenciá-la, mas sustentando a todos que a buscam. Elemento fogo, presente nas montanhas e pedreiras. Senhor dos Trovões, Xangô é ainda simbolizado por uma balança (o equilíbrio da justiça) e o machado de dois cortes. Dentro ainda do simbolismo, podemos citar para Xangô a estrela de seis pontas, formada por dois triângulos, um que aponta ao alto e outro que aponta para baixo, simbolizando o equilíbrio do universo onde “o que está acima é como o que está abaixo”, citado também por Hermes Trimegistro em sua pedra de esmeralda.

Cor: Vermelho ou Marrom. Pedra: Jaspe vermelho ou marrom, pedra do sol, olho de tigre, ágata de fogo.

Zeus — Filho de Réia e Cronos, era conhecido como Júpiter entre os romanos. Deus do raio e trovão, tornou-se a principal Divindade do panteão grego por ter destronado seu pai, Cronos, e o forçado a devolver seus irmãos, que haviam sido engolidos pelo mesmo. Saindo vitorioso na batalha entre os Deuses e os Titãs, dividiu o mundo em três partes, o Mar para Posseidon, a Terra para Hades e o Céu para si. No topo do monte Olimpo, ele controla tudo o que acontece na criação como Rei dos Deuses.


Hórus — Divindade egípcia, masculina, filho de Ísis e Osíris, nascido para fazer justiça à morte do pai, assassinado pelo irmão Set. Representado como um homem com cabeça de falcão.


Agni — Divindade masculina do Fogo, Agni é o próprio fogo purificador. É um dos mais antigos e venerados deuses hindus. Faz parte ainda de uma trimurti primitiva revelando um triplo aspecto do Fogo divino em suas manifestações: no céu, como sol (Surya); na atmosfera, o ar (Vayu), como o raio; na Terra, o Fogo Sagrado. Por muitos considerada uma trimurti (trindade) primitiva, anterior à ­atual (Brahma, Vishnu e Shiva).


Shiva — “ O auspicioso”, terceira pessoa na Trindade hindu (Brahma, Vishinu e Shiva) responsável pelo aspecto da destruição. Seu simbolismo não se atribui à morte e sim à purificação, à renovação ou à transformação. Existe uma forma de Shiva conhecida como “Nataraja”, em que Ele aparece dançando com uma roda de fogo à sua volta. É dito que de sua dança se dá o movimento do Universo aqui simbolizado pelo Círculo de fogo. Conhecido como Mahadeva (O Grande Deus). Shiva é o Senhor dos Yogues que alcançam a iluminação em um processo de transformação por meio das práticas do Yoga. Shiva é ainda possuidor dos exércitos dos “demônios”, consorte de Parvati e Pai de Ganesha “Senhor dos exércitos” de Shiva, seu pai.


Thor — Divindade nórdica, masculina, do trovão e da Justiça. Carrega seu martelo para fazer a justiça prevalecer sempre.


Dagda — Divindade celta, conhecido como o “Bom Deus” (dag, bom; dia, deus).


Adad — Divindade babilônica das tempestades, controlador de canais de irrigação e filho de Anu. Deus dos relâmpagos, da chuva e da fertilidade. No Épico de Gilgamesh, o deus dos ventos, trovões e tempestades.


Hadad — Divindade assíria. Tiglath-Pilesar I construiu um santuário para ele e Anu na capital Ashur. Hadad é freqüentemente invocado em maldições, bem como em documentos especiais e privados, como figura de proteção e advertência para todos.


Gerra — Sumério Gibil, deus do fogo, assimilado com Erra e Nergal, filho de Anu e Anunitu.


Ishum — Deus do fogo e conselheiro de Erra. Assimilado com Hendursanga. Sábio ministro de Marduk no épico de Erra.


Marduk — Divindade babilônica, consorte de Zarpanitum. Protetor da agricultura, da justiça e do direito. Filho de Enki/Ea, pai de Nabu, criou ventos e tempestades como Zeus. Também lutou e venceu Tiamat para criar a ordem e o Universo. Personagem principal do mito da criação babilônica.


Ellil — Divindade sumeriana, o mais importante da geração mais nova dos deuses sumérios e acádios. Cultuado no apogeu da civilização sumeriana (3500 a 2050 a.C.), foi como Zeus.


Seu templo se chamava “Morada da Montanha”.


Betoro Bromo — Divindade indonésia do fogo, cultuado na cratera do Monte Bromo, vulcão onde mora o deus.


Al-ait — Divindade fenícia do Fogo, nome considerado muito antigo e místico.


Bil ou Vil-kan — Caldeu, Deus do fogo e de vários metais e armas, um dos filhos de Anu.


Taranis — Divindade celta do Trovão, da raiz céltica taran, “Trovejar”.


Pan K’oan — Divindade chinesa que recebe as almas onde suas ações são investigadas e Pan k’oan julga como as almas devem ser punidas.


Topan — Divindade japonesa que personifica a tempestade e o trovão.


Iahu — Divindade dos madianitas e quenitas, conhecido também pelos arameus do norte da Síria, com a divindade das terríveis tempestades de deserto.


Tlaloc — Divindade asteca, Senhor do Raio, do trovão, da chuva e do relâmpago.


Pachacámac — Divindade inca do Fogo e filho do Deus Sol.


Comentários: Trono Masculino da Justiça, Xangô, sempre se mostra acima das Divindades locais, pois só assim mantém a imparcialidade, muitas vezes aparecendo como Rei entre os deuses. O raio e o trovão comumente aparecem como instrumento dessa divindade, já que impõem o respeito que é merecido à Justiça Divina. Na Umbanda, é sincretizado com São Jerônimo e Moisés, chegando a apresentar imagens que mostram São Jerônimo com as Tábuas da Lei de Moisés na mão.





Egunitá – O Trono Feminino da Justiça

Por Alexandre Cumino



Egunitá, Héstia, Kali, Enyo, Sekmet, Brighid, Shapash, Lamashtu, Ponike, Pele, Si, Fuji, Sundy Mumy, Oynyena Maria, Ananta, Comentários.


Egunitá — Divindade de Umbanda, é o Trono Feminino da Justiça, absorve o desequilíbrio na Justiça de forma ativa, reconduzindo o ser ao equilíbrio; cósmica, pune quem dá mau uso ou se aproveita dessa qualidade divina com más intenções. Fator purificador e energizador, divindade da purificação através do fogo. Também portadora de grande energia a transmite a quem dela precise.


Elemento fogo que absorve o ar. Assim como Iansã, ora faz par com Ogum (Lei) ora faz par com Xangô (Justiça). Também ­inflexível é implacável contra as injustiças e negativismos humanos. Mostrando-se assim grande protetora daqueles que a merecem. É Senhora da espada flamejante e tão racional quanto Xangô. Ponto de força, caminhos e pedreiras. Sua cor é o laranja. Pedra: ágata de fogo.


Héstia — Divindade grega, Vesta romana, muito antiga e adorada como deusa do lar. Está presente no fogo da lareira, que é o centro do lar, sem ela não havia nem a comida e nem o calor que nos aquece no frio, ela é o próprio fogo. Protegia a família e a ordem social, também evocada para dar os nomes às crianças.


Kali — Divindade hindu “negra” da destruição e purificação. Representa o elemento fogo, com sua língua roxa.


Não usa roupa e seu corpo é coberto pelos longos cabelos negros. Usa um colar de caveiras, tem quatro braços e leva em cada mão armas de destruição e uma cabeça sangrando. É a devoradora do tempo.


Enyo — Divindade da guerra em seu aspecto de “destruidora”, o que a remete a uma condição de Divindade da ­purificação.


Sekmet — Divindade egípcia (“a poderosa”), traz em si as qualidades de purificadora dos vícios e esgotadora daqueles caídos no mal. Representada por uma mulher com cabeça de leoa encimada pelo disco solar, representando o poder destruidor do Sol, é aquela que usa o coração com justiça e vence os inimigos.


Brighid — Divindade celta do fogo, seu nome significa “luminosa”. Filha de Dagda (o bom deus), tinha aspectos tríplices. Deusa da inspiração e poesia para os sacerdotes, protetora para os reis e guerreiros, senhora das técnicas para artesãos, pastores e agricultores. É também aquela que traz a energia, motivação e potência. Uma vida sem o calor de sua chama perde o sentido e torna-se insípida.


Shapash — Divindade babilônica, Deusa do sol, a forma feminina de Shamash, muitas vezes chamada de “a tocha dos deuses”.


Lamashtu — Divindade sumeriana, “A filha do céu”, deusa com cabeça de leão (assim como Sekmet) que possuía imenso poder destruidor e purificador.


Ponike — Divindade húngara do fogo.


Pele — Divindade havaiana guardiã do fogo, é padroeira do Havaí. É ainda a senhora das manifestações vulcânicas. Tem como morada o vulcão Kilauea.


Si — Divindade russa, solar, evocada para punir quem quebrava juramentos.


Fuji — Divindade japonesa do fogo vulcânico, padroeira do Japão. Habita no monte Fujiyama, o mais alto do Japão, ponto de contato entre o céu e a terra.


Sundy Mumy — Divindade eslava, “Mãe do Sol”, ela é quem aquecia o tempo e dava força a seu filho Sol.


Oynyena Maria — Divindade eslava do fogo, “Maria do Fogo”, companheira do Deus do Trovão.


Ananta — Divindade hindu, Senhora do fogo criador e da força vital feminina. Seu nome significa “o infinito”, aparece como uma grande serpente e em muito se assemelha a serpente do fogo Kundaline, para muitos também uma divindade feminina do fogo.


Comentários: O Trono Feminino da Justiça, Egunitá, sempre foi cultuada em várias culturas como podemos ver acima. A princípio não é um Orixá muito conhecido entre os Nagô-Yorubás, africanos, mas essencial para completar todo um panteão de Umbanda. Sendo a mãe que purifica os males por meio de seu fogo, ou recorremos a Ela ou nos tornamos carentes de sua presença nos momentos em que só uma Mãe Ígnea pode nos ajudar. Na Umbanda, é sincretizada com Santa Brígida, a santa do fogo perpétuo associada a Brighid celta ou Santa Sara Kali, padroeira dos ciganos que surge como “virgem negra” associada a Kali hindu.


Fonte: Deus, Deuses, Divindades e Anjos. Alexandre Cumino. Ed. Madras.
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"Umbanda é Religião, portanto só pode fazer o BEM !!!"

Alexandre Cumino


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Não coloque a culpa no obsessor!



por Bruno J. Gimenes -

Na grande maioria das vezes, é comum uma pessoa se motivar em buscar sua espiritualidade porque experimenta um período de calamidades emocionais, crises financeiras e existenciais. As portas do mundo parecem fechadas para ela, e realmente é possível que estejam mesmo. São momentos em que tudo dá errado, mas muito errado mesmo, a ponto de todos ao redor sentirem pena. Nesse instante não dá realmente para ignorar que tem algo estranho acontecendo. Além disso, muitas vezes o indivíduo adoece, sendo acometido por dores fortes e outras complicações físicas. Literalmente, o mundo caiu.

O que está acontecendo?

Na verdade, o mundo caiu mesmo porque foi construído ao longo da vida sem alicerce firme, e agora a pessoa está colhendo o que plantou.

Nesses momentos, a pessoa recorre a tudo que ela já tenha ouvido falar, procurando ajuda para renascer e sair dessa lama que sua vida se tornou. No desespero, inicia uma caminhada louca em busca de amenizar a dor e o sofrimento, muitas vezes sem medir as consequências. É comum a procura por milagres, milagreiros, gurus.

Não estou aqui desvalorizando a figura de tantas pessoas que existem nesse mundo, que estão ensinando, ajudando, se portando como verdadeiros mestres, que ajudam as pessoas a se entenderem em seus aprendizados. No Brasil e no mundo, existem milhares de seres bem intencionados, preparados, dedicados e verdadeiramente especiais, pois sem eles a situação do Planeta seria ainda pior.

Refiro-me ao fato de que quando a pessoa mergulha em um desespero, ela cria a tendência sempre de colocar a culpa no outro. Então, naturalmente ela também vai achar que a solução de seus problemas está com alguém externo e esse comportamento é condizente com quem está fora do eixo.

Nessa busca por amenizar a dor, é comum as pessoas buscarem igrejas, templos, religiões e filosofias que atribuem a causa de tanta desgraça, crises e problemas à presença de seres desencarnados chamados de obsessores ou encostos.

É claro que a influência produzida por espíritos desencarnados e desequilibrados é nociva! Porém, quero evidenciar que a culpa não é do encosto, do obsessor, do demônio ou sei lá de quem. A pessoa, por seu comportamento, seu padrão emocional e mental, a sua conduta de vida, moral, ética é que repele ou atrai tais influências.

Considero que a ajuda às pessoas que sofrem esse tipo de influência seja necessária e que as energias intrusas precisam ser removidas para que a pessoa viva feliz, mesmo porque, muitas vezes, sem ajuda externa ela não consegue se libertar sozinha. Só que atribuir toda a culpa de um fracasso atual para um "coitado" de um obsessor, puxa vida, aí é injustiça!

Pergunte-se em primeiro lugar: O que eu fiz para atrair esse tipo de influência? Por que eu estabeleci essa afinidade? Onde eu errei? O que preciso mudar para isso não acontecer mais?

Bingo!!! É disso que estamos falando! A ajuda externa é importante sim, mas não vai adiantar nada se você não mudar a sua maneira antiga de pensar, e isso dá trabalho, requer empenho e dedicação.

Quantas pessoas se dizem obsidiadas, vão às suas igrejas fazer descarregos, limpezas, purificações, desobsessões, no entanto depois que voltam para casa, brigam com seus cônjuges, cultivam mágoa, ódio, consomem álcool, cigarros, etc e não mudam nada em seus comportamentos. E daí, o que será que acontece depois?

Não demora nada e a influência espiritual se forma outra vez. Isso tudo sabe por quê?
Porque a única diferença que existe entre uma pessoa e seu obsessor é que um está vivo e outro não, só isso. Estão sintonizados pelo padrão de pensamentos, pelos vícios compatíveis, emoções densas, etc. Desobsessão simples, sem grandes doses de consciência, dificulta a evolução de qualquer ser.

Quando a pessoa se purifica e se eleva, a afinidade com esses seres se desfaz. Com o padrão psíquico melhorando, passamos a atrair seres espirituais com intenções muito mais elevadas, se configurando nesse caso como uma bênção e não uma influência negativa.


O Cavaleiro da Estrela Guia

Livro Psicografado por Rubens Saraceni, editora Madras.

Cavaleiro da Estrela Guia, O - O Início da Saga



Descrição:
O Cavaleiro da Estrela Guia - O Início da Saga é uma psicografia de Rubens Saraceni, inspirada por Pai Benedito de Aruanda, repleta de conhecimentos, beleza e emoção. 

Release:
O Cavaleiro da Estrela Guia - O Início da Saga é uma psicografia de Rubens Saraceni, inspirada por Pai Benedito de Aruanda, repleta de conhecimentos, beleza e emoção.

Neste livro, é contada a história de Simas de Almoeda, ou o Cavaleiro da Estrela Guia, homem perseguido por uma terrível história e por um implacável sentimento de culpa, apesar de suas ações e realizações maravilhosas. Por meio do desenrolar desta narrativa, vários ensinamentos a respeito da realidade do outro lado da vida são revelados, dando ao leitor a exata dimensão dos atos humanos, colocando-o diante de situações que expressam os conflitos do homem do novo milênio, tais como religião, fé, riqueza, poder, alma.

Simas de Almoeda foi um juiz da Inquisição, que em sua existência terrena julgava o próximo de acordo com as leis humanas e que, de repente, viu-se diante do tribunal divino, sendo julgado por um juiz implacável: a sua própria consciência. Sua sentença: o tormento.

Não se espante se, sem ao menos esperar, você se encontrar às lágrimas diante desta narrativa que mostra o início da saga deste Cavaleiro da Estrela Guia dos negros africanos trazidos como escravos para o Brasil, em meados do século XVII.

Não deixe de acompanhar a seqüência desta história emocionante no próximo volume desta obra: O Cavaleiro da Estrela Guia - A Saga Continua.




Descrição:

Prosseguindo sua saga, Simas de Almoeda, ou o Cavaleiro da Estrela Guia, ainda sob o peso de sua consciência a condená-lo por suas atitudes na vida terrena, procura uma resposta para os motivos que o levam, de encarnação em encarnação, a se envolver em relações intensas, mas não duradouras. O início dessa descoberta é uma regressão dele a épocas remotas, a fim de encontrar as causas desse desatino. 

Release:

Prosseguindo sua saga, Simas de Almoeda, ou o Cavaleiro da Estrela Guia, ainda sob o peso de sua consciência a condená-lo por suas atitudes na vida terrena, procura uma resposta para os motivos que o levam, de encarnação em encarnação, a se envolver em relações intensas, mas não duradouras. O início dessa descoberta é uma regressão dele a épocas remotas, a fim de encontrar as causas desse desatino.

A partir daí, esse Cavaleiro luta incessantemente para auxiliar os espíritos, especialmente os femininos, em suas trajetórias evolutivas. Nesta saga, ele aprende a respeito das diversas formas de amar o próximo, a mulher ou o homem desejados, e até mesmo o mal necessário para o crescimento espiritual.

Por meio desta história, o leitor é levado a conhecer os diversos caminhos percorridos em nossas existências, seja em virtude da falta de amor, razão primária de todo desequilíbrio, seja pela vivência de amor, instrumento primordial para o resgate daqueles seres que nos são queridos e para o cumprimento daquilo que nos foi confiado pelo Criador.

Isso é o que Simas de Almoeda busca compreender em sua saga, na qual o leitor caminha junto, vivendo intensamente cada acontecimento.



Cavaleiro da Estrela Guia, O - A Saga Completa



Descrição:

Neste livro, é narrada a saga completa de Simas de Almoeda, ou o Cavaleiro da Estrela Guia, homem perseguido por uma terrível história e por um implacável sentimento de culpa, apesar de suas ações e realizações maravilhosas. Por meio do desenrolar dessa narrativa, vários ensinamentos a respeito da realidade do outro lado da vida são revelados, dando ao leitor a exata dimensão dos atos humanos, colocando-o diante de situações que expressam os conflitos do homem do novo milênio, tais como religião, fé, riqueza, poder, alma. 

Release:

Nos dicionários, a definição de mito vem como a de uma narrativa dos tempos fabulosos ou heróicos; já para muitos historiadores, os mitos são transformações lendárias de fatos que foram narrados uma geração após a outra; os lingüistas dizem que as narrativas míticas teriam origem em locuções deformadas; os sociólogos acreditam que o mito seria a expressão de um meio primitivo em que o líder é alçado à condição divina; e, finalmente, para a psicologia analítica de Carl Gustav Jung, representam as manifestações multifacetadas do Self, o Eu Sou de cada um de nós.

Desta forma, todos tentam definir o que é mito, mas, de acordo com o mundo antigo, as divindades mitológicas eram aquelas que detinham o destino dos homens nas mãos, dirigindo o mundo e conduzindo todas as ações terrenas. Por esse motivo, eram veneradas sob a forma de seres humanos, animais e por meio dos astros - fato que contribuiu para que suas histórias chegassem até os dias atuais, virando objeto de estudo nos mais ecléticos meios acadêmicos.

Dada a importância do assunto, o objetivo deste O Livro Completo dos Heróis, Mitos e Lendas é introduzir o leitor nesse fantástico mundo de deuses e heróis, trazendo, de A a Z, todas as informações acerca dessas divindades: suas origens, simbologias, transformações e relações com os homens.

Que esta obra o ajude a responder todas as suas dúvidas e contribua com o seu enriquecimento cultural e intelectual. 

Fonte: http://www.madras.com.br


Busca pelo Poder Animal na Bruxaria Tradicional

"Na busca do Poder Animal o qual irá lhe ajudar em sua jornada entre os mundos."

É comum encontrarmos pessoas interessadas na busca pelo seu animal guardião,  a maioria é iludida em workshops de um dia ou uma vivência de final de semana, onde encontram o animal que já queriam ter, geralmente encontram águias, grandes felinos, lobos, mas nunca insetos, passarinhos entre outros menos apresentáveis e que não geram o status de poder.


Depois que "recebem" guardam em suas mochilas místicas, junto com signo, ascendente, orixá, deus de afinidade, entre muitos outros atributos que favorecem apenas a superficialidade da caminhada.

Existe técnica (fast-food) para encontrar seu animal de poder? Resposta é obvia, não! Não existe, o que existe é um trabalho intenso de conhecer a si próprio, entender a sua essência, a sua aparência, os seus gostos, habitats, resposta a ações, suas fragilidades, seus potenciais, e somente convicto de ser quem realmente você é, encontrará seu animal guardião, e através dele um propósito que se baseia em diversos objetivos, desde cura pessoal até projeção astral. 

Dentro dos diversos segmentos da Bruxaria Tradicional encontramos uma diversidade de cultos, porém escrevo específicamente sobre Bruxaria Tradicional Ibero-Celta.

Fundamento, é que não existem animais que não sejam da   região da linha mágica, ou seja, animais europeus e do lugar cultuado, em nosso caso, no Brasil. Portanto, não encontraremos elefantes (origem africana).





Animais Guardiões  
Em poucas palavras, é sua essência física,
 é como se age em situações rápidas  
instintivas, porte físico, habilidades, clima e 
local que se sente mais a vontade.

Animais Auxiliares  
São aqueles que nos ajudam em determinado momento de nossa vida, nos emprestam a força, 
a agilidade, a temperança, a sensibilidade, e geralmente favorecem um bruxo em uma determinada questão.
Animais de Poder  
Um canal direto para a sabedoria em outros planos, são mais etéreos em suas aplicações, mais sutis, e são unicamente encontrados em iniciações ou traumas profundos, tal como voltar de um coma.
Animais Totem
 Estes expressam uma coletividade, tal como uma representação de brasão de uma cidade, nome de uma tribo, de um povo, e existem em diversas culturas ancestrais no mundo. 
(veja mais sobre este tópico)

Encontramos também dentro da mitologia o apanhado de contos (cheios  de sabedoria para quem consegue ver além das palavras). Podemos citar a transformação animal, isto de acordo com a vontade pessoal ou através de uma punição. 

Há muitas estórias tradicionais relatam a transmutação em animais a fim de que possam aprender uma valiosa lição.

Cada estória nos mostra além da busca pela sabedoria, a intervenção de um protetor ou guardião do local, um deus, um ser do outro mundo pelo qual é encaminhado o peregrino diante de um portal ou nova visão. 
 
Também podemos encontrar animais sagrados fazendo menções diretas a deuses tal como o cavalo para Epona, o corvo para Lugo, o gamo para Taliesin.

As técnicas de êxtase como ferramenta de busca de sabedoria, não visam uma causa superficial do próprio ego. A jornada, seja através do montar de um cervo branco, ou através do som do black bird é um principio que nos leva a crer que existe muito mais do que nossos caprichos pessoais. 

fonte:
Autor: Ricardo DRaco
http://www.bruxariatradicional.hd1.com.br