A Visão do Próprio Corpo | Chico Xavier | Allan Kardec
Muitas pessoas que passaram por experiências de quase-morte relatam se ver flutuando acima do próprio corpo, observando a cena como espectadores.
- E se você acordasse e visse seu corpo lá embaixo, sem poder se comunicar com ninguém? Seria libertador ou aterrorizante?
Imagine o seguinte: você está deitado em um hospital, cercado por familiares, médicos e o som monótono de máquinas. De repente, uma calma estranha toma conta do ambiente. Sua respiração fica mais lenta, seus sentidos começam a se desprender, e então... algo inexplicável acontece. Você se vê flutuando.
Não está mais dentro do seu corpo, mas acima dele, observando tudo de cima, como se fosse um espectador invisível. Suas mãos tentam tocar o rosto da pessoa que chora ao seu lado, mas seus dedos atravessam o ar como se fossem feitos de névoa.
Você grita, mas ninguém ouve. Você tenta abraçar quem está ali, mas seus braços passam direto pelos vivos. E então, a realidade bate com força: você já não faz mais parte daquele mundo.
Essa experiência, relatada por milhares de pessoas que passaram por mortes clínicas ou estados de quase-morte, é um dos fenômenos mais comuns e perturbadores do pós-vida.
Chico Xavier, em suas psicografias, descreveu cartas de espíritos que viveram esse momento com clareza. Um deles, um homem chamado Roberto, contou que, ao morrer em um acidente, tentou avisar a esposa que estava bem — mas ela continuou chorando, sem perceber sua presença.
Ele sentiu um desespero agonizante, até que uma voz suave sussurrou: 'Você partiu. É hora de seguir.'
Mas por que isso acontece? Segundo a doutrina espírita, nossa consciência não se apaga com a morte. Ela se desliga do corpo físico, mas mantém uma 'forma' espiritual que ainda reflete nossa aparência terrena.
E esse desprendimento pode ser angustiante para quem não está preparado. Alguns espíritos, apegados à vida material, insistem em ficar perto do próprio corpo por dias, semanas ou até anos, sem aceitar que morreram. Já outros, como descreve Allan Kardec, sentem alívio imediato
— como se tivessem tirado um casaco pesado e finalmente pudessem respirar.
E aqui vem a pergunta mais profunda: como você reagiria se, de repente, se visse fora do seu próprio corpo? Seria um choque libertador... ou o início de um pesadelo?
E mais: será que o que você acredita sobre a morte influenciaria essa experiência?
Por RA França
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